Mostrando postagens com marcador personal branding. Mostrar todas as postagens
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No fim do ano passado, fiz um workshop sobre marca pessoal. Meu objetivo era ampliar horizontes para uma situação que me parecia um pouco nebulosa: como me posicionar enquanto profissional nas redes sociais. Apesar de parecer óbvio para a maior parte dos usuários que já praticam esta forma de exposição, para mim sempre foi... confuso. É sobre visibilidade profissional e construção de marca pessoal que quero começar a discutir aqui.

marca pessoal, marketing pessoal
este é o sinal que você estava procurando, foto de Austin Chan na Unsplash
Eu costumo dizer que sou tímida e algumas pessoas já me falaram que é uma enganação. Porque eu sei me comunicar, não me cerco em muros e, em uma conversa qualquer, me posiciono bem. Mas sim, sou tímida. Essa timidez que vem junto com alguma introspecção é algo que faz parte de mim e que esbarra na exposição não apenas em certos tipos de relacionamento, como nos momentos em que é preciso falar para um público, quando uma câmera está diante de mim ou, o que nos traz aqui, falar do meu trabalho nas redes sociais. Fico pensando muito neste último ponto, porque sei que é importante se mostrar o que faz, apesar de eu também achar que não deveria ser tão importante quanto a qualidade da execução do trabalho em si. 

Eu trabalho na área de comunicação e cinema, audiovisual. Sempre trabalhei no meio, mas sempre em uma posição que não demanda holofotes. Eu trabalho para fazer acontecer, seja nos tempos em que produzia ou agora, em que escrevo roteiros, argumentos, faço curadoria de projetos. É uma etapa prévia à gravação do que quer que seja. É um trabalho de cadeira, livros, computador e cadernos. É um trabalho que exige introspecção, criatividade e, em grande parte do tempo, sossego e concentração. Ainda assim, por trabalhar neste meio de visibilidade constante onde, muitas vezes, o mostrar fazendo vale mais do que o fazer, é preciso repensar a estratégia, a marca pessoal, o como vou apresentar a 'tatiana profissional' que está trabalhando.  

Imagino que muita gente passa por isso. Meu dentista vai abrir um perfil profissional, meu pai fará o mesmo com a clínica que, pasmem, ainda não tem um instagram para chamar de seu. Essa credibilidade atribuída a uma existência virtual há muito tempo não é novidade, mas tornou-se mais importante, à primeira vista, do que a existência real. É essa a dualidade que vivemos: eu, meu dentista e meu pai somos excelentes profissionais em nossos meios. Nossos trabalhos demandam muito estudo e atenção na execução de tarefas e quem nos conhece profissionalmente sabe disso. Mas hoje, infelizmente ou felizmente (não decidi a qualidade ainda), é preciso mostrar mais, muitas vezes, falar o óbvio, para que se saiba o que fazemos, um pouco do como fazemos e quem nos acompanha.

Quando o instagram, hoje a plataforma mais usada, surgiu, eu já tinha um blog, o Café: extra-forte. Ele veio lá nos idos do começo da faculdade, quando escrevia, entre outras coisas, críticas de filmes. O Café nunca foi uma atividade principal, mas, foi por ele que entendi como a escrita faria parte da minha vida para sempre. Então, quando a rede social veio, criei meu perfil pessoal e o perfil do Café, como uma forma de compartilhar conteúdos específicos (cinema, livros e relacionados) para um público livre, mantendo meu perfil pessoal (de férias, fotos de família, coisas do gênero) fechado. E aí, como sabemos, a coisa toda cresceu e o instagram virou uma plataforma de negócios, de máxima exposição. 

Veio a crise: todo mundo postando sobre seus trabalhos, enriquecendo a visão sobre si enquanto um todo que trabalha e se diverte (saímos dos tempos do fotolog, em que a ideia de diário pessoal era o atrativo), e eu ainda no 'modo fotos de praias, família, amigos', mesmo sem saber o que são férias há 3 anos. Entendi que hoje é preciso fazer um amálgama, trazer o trabalho para as redes sociais, encontrar uma forma de falar sobre ele, do que fiz e faço, além das coisas que me interessam mostrar no dia a dia. O perfil já está público (podem acompanhar as atualizações por lá) e o do Café será desativado para tornar tudo uma coisa só, como vou fazer com esse blog. É a solução plausível para estes tempos em que mostrar o que se faz se torna essencial, não apenas o fazer bem feito. Essa pode ser uma conversa atrasada, mas fica como lembrete de que é sempre tempo de mudar a perspectiva do que fazemos e criar algo novo para nós.

É uma experiência, um desenvolvimento de marca pessoal que vai ser interessante construir. Com certeza, é um pouco mais de trabalho, mas, espero que venha com um retorno bacana :)

Deixo aqui o questionamento: você também passa por essa transição? Como se coloca enquanto pessoa, profissional... o que define sua marca pessoal?

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