Parece que o ano re-começou agora.*
Este é o primeiro Folhetim. A intenção aqui é deixar a newsletter disponível de forma mais direta para quem se interessar e não a tiver assinado desde o início. Agora, ninguém perde as dicas e conversas anteriores.
Este é o primeiro e-mail do resto de nossas vidas.
E este é um seja bem vindo também, porque é um momento de mudança pra mim e novidade para você. Eu costumava escrever no Café: extra-forte, mas entendi com o mercado que é preciso se mostrar mais e ter 2 sites se tornou complicado quando temos muito trabalho na vida real também. Então, unifiquei tudo no Tati Reuter. Com isso, veio a ideia de manter uma conversa paralela no e-mail, como uma troca mais íntima e constante. Espero que goste.
Eu sempre achei que precisava saber mais para escrever um livro. Eu sempre quis escrever um livro, mas parecia que faltava estofo, como se, no meio da tentativa, eu fosse largar no meio, por falta de assunto. Talvez falte só planejamento ou deixar as coisas tomarem seu rumo naturalmente. Entre a dúvida do não me saber suficiente e a impressão de dificuldade futura, deixava tudo parar lá mesmo, no presente das primeiras páginas.
É por isso que resolvi criar o Folhetim, uma newsletter que trará uma continuação da anterior, como os folhetins que não existem mais e que são de um tempo que nem eu existia. Me ajudem nesta experiência, acho que será divertida, além de um enorme desafio. Não sei onde vai dar, mas confiemos no processo!
Você já leu Kafka? Eu sei, é uma forma ridícula de começar uma conversa, mas eu lembrei d'O Processo dele. Kafka é alguma coisa impossível e, por isso mesmo, ótima, alguns diriam. Eu sempre comecei a ler Kafka, mas nunca terminei e entendo o porquê. É como refrão de música que, se repetir demais, perco a paciência em uma mistura de “já entendi” com “por favor, pare”. Kafka tem essa pegada de processos sem fim, histórias sem atalho, trajetórias sem chegar ao destino. Kafka confia na jornada e é justamente ele que a mina em seus redemoinhos de coisa alguma. Não me entenda mal, o que ele faz é pertinente à sua obra e, por isso, brilhante. Quando terminar meus Kafkas, volto pra contar como eu tomei na cara e aprendi a ler esse rapaz.
A dificuldade não é do pobre do homem autor, mas minha, que vou no fôlego de nadador de primeira viagem e fico sem ar depois de braçadas apressadas. O nadador é como aquele arqueiro zen, ele precisa de concentração, de foco, tempo. E você só consegue essas coisas com calma. Essa calma que não é o oposto do nervosismo, mas que se afasta muito da ansiedade, que também não é a do ansiolítico, mas a ansiedade da vida que nos faz ter planos objetivos, cronogramas e calendários de expectativas.
Escrevi outro dia sobre Krenak. Ele falava sobre a educação das crianças da aldeia de onde veio. E ali, as crianças são crianças, que aprendem a vida sem pressa, sem fazer de seus primeiros anos uma extensão anterior da vida adulta, em que há um trabalho, uma meta a ser alcançada, uma forma de viver que visa o vestibular dos 18 anos, a profissão dos 23, o suposto sucesso dos 35 com família, cachorro, casa própria, criança. Nada disso, ainda que venha de uma promessa bem religiosa, vai acontecer dessa maneira. Então, é mais jogo deixar a criança ser criança e ter formação e vivência de mundo de uma forma mais orgânica, se desenvolvendo de acordo com a própria percepção sobre o entorno, sobre seus amigos, sua família, o ambiente, a natureza, os bichos. Krenak é especial, porque ele lembra a gente de coisas que parece que já sabíamos, mas havíamos esquecido, e faz isso de uma forma linda, simples e profunda.
Esse folhetim começa assim, ainda se estruturando, mas trarei uma história para seguirmos adiante, prometo. Vamos falar de viagens e sonhos, amores, livros e amigos, o que vier. Primeiro assim, livre, depois algo vai se construindo. E, se tiver sugestões, colaborações, parcerias, sabe onde me achar.
Um beijo,
tati reuter
Ah! Para não esquecer: estamos no instagram e no Tati Reuter, com conteúdos bacanas sobre livros, cinema, contos, crônicas e um pouco do dia a dia, projetos e trabalhos. É só chegar, aproveita e convida os amigos! =)
Folhetim #1 | Este é o primeiro e-mail do resto de nossas vidas.
Folhetim | A newsletter
No fim do ano passado, fiz um workshop sobre marca pessoal. Meu objetivo era ampliar horizontes para uma situação que me parecia um pouco nebulosa: como me posicionar enquanto profissional nas redes sociais. Apesar de parecer óbvio para a maior parte dos usuários que já praticam esta forma de exposição, para mim sempre foi... confuso. É sobre visibilidade profissional e construção de marca pessoal que quero começar a discutir aqui.
este é o sinal que você estava procurando, foto de Austin Chan na Unsplash |
Eu trabalho na área de comunicação e cinema, audiovisual. Sempre trabalhei no meio, mas sempre em uma posição que não demanda holofotes. Eu trabalho para fazer acontecer, seja nos tempos em que produzia ou agora, em que escrevo roteiros, argumentos, faço curadoria de projetos. É uma etapa prévia à gravação do que quer que seja. É um trabalho de cadeira, livros, computador e cadernos. É um trabalho que exige introspecção, criatividade e, em grande parte do tempo, sossego e concentração. Ainda assim, por trabalhar neste meio de visibilidade constante onde, muitas vezes, o mostrar fazendo vale mais do que o fazer, é preciso repensar a estratégia, a marca pessoal, o como vou apresentar a 'tatiana profissional' que está trabalhando.
Imagino que muita gente passa por isso. Meu dentista vai abrir um perfil profissional, meu pai fará o mesmo com a clínica que, pasmem, ainda não tem um instagram para chamar de seu. Essa credibilidade atribuída a uma existência virtual há muito tempo não é novidade, mas tornou-se mais importante, à primeira vista, do que a existência real. É essa a dualidade que vivemos: eu, meu dentista e meu pai somos excelentes profissionais em nossos meios. Nossos trabalhos demandam muito estudo e atenção na execução de tarefas e quem nos conhece profissionalmente sabe disso. Mas hoje, infelizmente ou felizmente (não decidi a qualidade ainda), é preciso mostrar mais, muitas vezes, falar o óbvio, para que se saiba o que fazemos, um pouco do como fazemos e quem nos acompanha.
Veio a crise: todo mundo postando sobre seus trabalhos, enriquecendo a visão sobre si enquanto um todo que trabalha e se diverte (saímos dos tempos do fotolog, em que a ideia de diário pessoal era o atrativo), e eu ainda no 'modo fotos de praias, família, amigos', mesmo sem saber o que são férias há 3 anos. Entendi que hoje é preciso fazer um amálgama, trazer o trabalho para as redes sociais, encontrar uma forma de falar sobre ele, do que fiz e faço, além das coisas que me interessam mostrar no dia a dia. O perfil já está público (podem acompanhar as atualizações por lá) e o do Café será desativado para tornar tudo uma coisa só, como vou fazer com esse blog. É a solução plausível para estes tempos em que mostrar o que se faz se torna essencial, não apenas o fazer bem feito. Essa pode ser uma conversa atrasada, mas fica como lembrete de que é sempre tempo de mudar a perspectiva do que fazemos e criar algo novo para nós.
Deixo aqui o questionamento: você também passa por essa transição? Como se coloca enquanto pessoa, profissional... o que define sua marca pessoal?
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Marca pessoal | Criando visibilidade profissional nas redes sociais
É tempo de mudança! Estou tornando a vida mais simples e, por isso, unificarei o Café: extraforte a este espaço. Acho que está na hora de deixar o tatireuter.com múltiplo, que trate de trabalho, do cotidiano, dos cafés, viagens, praias, filmes e livros de sempre.
O Café: extraforte é uma delícia e foi um prazer (e bastante trabalho) mantê-lo ao longo desses vários anos. A ideia é que ele fique no ar por mais um tempo, enquanto repostarei alguns dos melhores conteúdos da página para esta, até que tenhamos uma seleção vasta e rica daqueles assuntos maravilhosos de sempre.
As demais atualizações da vida estarão aqui mais do que nunca, como um espaço livre para conversas, crônicas, resenhas e o que mais eu decidir aí pelo mundo, sempre aberto a comentários, convites e propostas de trabalho, desenvolvimento de projetos e o que mais surgir entre nós todos, claro.
Vamos em frente, que a estrada é longa e a jornada promete :)
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Atualizações | Tudo ao mesmo tempo agora
De pensar que faz mais de um ano que não escrevo aqui. Na verdade, tenho escrito muito pouco. Vou culpar a falta de tempo, mas é do tempo mental, do respiro, da calma. A parte boa é o trabalho, que segue firme e interessante. Mas, como tudo na vida, a única certeza que temos sobre o que sabemos, é que sabemos quase nada, sempre descobriremos coisas novas e nunca teremos o controle sobre o que nos acontece.
Pós-pandemia e vida corrida
Portfólio pronto, mas talvez não por isso, embarquei em um trabalho diretamente ligado a marketing digital. Não dá para considerar "conseguir trabalho" um acaso ou pura sorte, mas sim, a construção de uma trajetória que segue ascendente, com bastante esforço e dedicação. Da mesma maneira, sei que não está fácil para ninguém, o mercado está complicado e sim, talvez haja alguma ajuda divina envolvida. Sejamos humildes.